Na última terça-feira (10/10), em assembleia des estudantes do curso de Ciências Moleculares (CM), um representante do grupo Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP) realizou um informe denunciando o Estado de Israel e suas políticas coloniais contra o povo palestino, devido aos recentes acontecimentos na Faixa de Gaza. Importante frisar que o representante do ESPP não é estudante do CM e, portanto, não é membro do Centro Acadêmico Favo 22.
Após a ampla repercussão da ata desta assembleia - tanto para o corpo discente quanto para o corpo docente - e uma confusão acerca da atribuição da fala pró-palestina - erroneamente atribuída à atual gestão do Centro Acadêmico -, houveram diversas ameaças de sindicância e represálias acadêmicas aos estudantes que se posicionaram a favor da causa do povo palestino. Esta atitude revela a postura da diretoria em desmobilizar o movimento estudantil do curso de Ciências Moleculares ao colocá-los uns contra os outros - atitude, aliás, similar a do início do ano, quando os estudantes realizaram um corujão no Centro Acadêmico.
Reconhecemos, contudo, a escolha descabida de palavras do membro do ESPP ao inferir que “não há civis em Israel” - erro reconhecido tanto pelo representante quanto pelo coletivo em si -, porém é tão descabido quanto as acusações de antissemitismo aferidas à gestão do Favo 22. Sem recorrer em rebaixar o significado de antissemitismo, é fundamental compreender a diferença entre o povo judeu e a política colonial contra o povo palestino empregada pelo Estado de Israel. Se expressar a favor do povo palestino e em rechaço ao sionismo não constituem postura antissemitista.
Por isso, o Centro Acadêmico da Matemática, Estatística e Computação “Elza Furtado Gomide” se solidariza com es estudantes da gestão do Centro Acadêmico Favo 22 e com es estudantes do curso de Ciências Moleculares que estão sendo perseguidos por suas posições políticas, e convocamos demais centros acadêmicos e estudantes a se solidarizar também. Já há várias ameaças de processos criminais pela comunidade sionista do CM. É imprescindível a luta contra a deslegitimação e/ou desmobilização do movimento estudantil.