Enquanto a decisão de presidente da República e governador do Estado ficaram para o segundo turno, os membros do legislativo foram eleitos. Em todas as esferas, tivemos o aumento de forças aliadas a Jair Bolsonaro, prenunciando um cenário, para os próximos 4 anos (e 8 anos, no caso dos senadores Marcos Pontes, Damares, Mourão, entre outros), de ainda vigoração do bolsonarismo e da política neoliberal dos últimos anos. Ainda que sem vitória no primeiro turno, podemos afirmar que a candidatura de Bolsonaro ganha forças com o resultado do legislativo. E fortalece também a candidatura de Tarcísio de Freitas, aliado do presidente, na disputa ao cargo de governador de SP.
A conjuntura evidencia a urgência de não termos medo de irmos às ruas se posicionar contra a candidatura de Bolsonaro, e na defesa crítica das candidaturas de Lula para a presidência e Fernando Haddad para governador. Crítica, pois não devemos ter a ilusão de que algum dos dois vem como "Messias", afinal já foram chefes do executivo federal e municipal e nessas possibilidades adotaram políticas econômicas liberais. Precisamos de sobriedade para compreender a perversidade da conjuntura atual e daqueles que são a nossa oposição de fato, e, fazendo a crítica “devemos, inevitavelmente, marchar separados, (…) e, em particular agora, golpear juntos” (Lênin, 1918). É nesse espírito que estamos vendo pessoas de esquerda, principalmente aqui em São Paulo, dispostas a votar em Geraldo Alckmin, ex-governador do Estado, mandante do massacre do Pinheirinho. E também, liberais e antigos adversários do Partido dos Trabalhadores (PT) prontos para votar no Lula e Haddad, os “petralhas” do mensalão.
Ainda para engrossar o chorume desse governo, ontem (05/10) tivemos o anúncio do confisco do saldo de todas as universidades e institutos federais pelo Governo Federal. Por anos, do âmbito municipal ao federal, a educação pública tem sido duramente atacada e caminha em vias de privatização, com a precarização do ensino, da aprendizagem e da estrutura do espaço público. Na realidade uspiana, vemos isso com a construção do Inteli dentro do IPT, a queda na qualidade dos bandejões - principalmente nos campi do interior -, a falta de avanço nas políticas de permanência universitário e etc.
Assim, o Centro Acadêmico de Matemática, Estatística e Computação (CAMat) vem por meio desta nota fazer uma convocatória à comunidade do Instituto de Matemática e Estatística para nos articularmos e construirmos um outubro de luta pelo Fora Bolsonaro e marcamos nossa presença nas ruas no ato do dia 18/10 contra os cortes na educação.
Calendário
07/10 - CinIME exibe Saneamento Básico, o filme, às 16h na sala B09
O filme de ficção retrata moradores de uma pequena vila tentando produzir um filme. Tal feito é devido a subprefeitura alocar verba em um edital cultural para premiar um filme de ficção, mas não investir dinheiro em obras de saneamento básico necessárias na cidade.
Debateremos a partir do filme a conjuntura brasileira atual.
11/10 - Atividade da AAAMat e CAMat: “Esporte para quem?”, às 18h no saguão do bloco B, a partir de leitura de matéria-entrevista do jornal O Futuro de São Paulo com uma das lideranças da Gaviões da Fiel, o Biu.
Debateremos sobre esporte e política, partindo da história do Corinthians e do papel da democracia corinthiana nos levantes antifascistas desde o período da ditadura militar no Brasil.
Para embasar o debate, recomendamos também Revolushow 159 - O Futebol Soviético e Brasileiro, episódio de podcast que comenta o uso do futebol pelo governo soviético e pelos militares durante a ditadura no Brasil.
Link: https://revolushow.com/159-o-futebol-sovietico-e-brasileiro/
13/10 - Plenária dos 3 Setores, às 18h no saguão do bloco B
Debateremos a conjuntura atual e a campanha para o segundo turno Venha construir o Comitê de Mobilização do IME: https://forms.gle/suM5ZUg4AFyoDFCS7
18/10 - "Chá Mate com invasão ou parceria? A inserção do setor privado na universidade pública", às 14h no saguão do bloco B.
Em 2020, o Inteli, faculdade privada fundada por sócios do banco BTG Pactual, aderiu ao IPT Open Experience se instalando em terreno no interior da Universidade de São Paulo, em frente a Poli. Na época, o CAMat soltou uma nota, mas urge que façamos um debate sobre o que isso representa para a universidade pública, pois este ano (2022), tivemos o anúncio da criação de um curso de licenciatura integrada, que terá habilitação em matemática, promovido pela Cátedra de Educação da USP em parceria com o banco Itaú, através do programa Itaú Social. Ou seja, vemos que o modus operandi tem se repetido e a inserção do setor privado compete com a estrutura de cursos que já temos na universidade, mas que são negligenciados.
Recomendamos a leitura: https://outraspalavras.net/mercadovsdemocracia/caso-usp-como-o-mercado-financeiro-cerca-a-ciencia/