Com início em 9 de novembro, es trabalhadores da USP declaram Greve Sanitária, conforme aprovado em Assembleia Geral convocada pelo Sintusp. O posicionamento da categoria responde a decisão da Reitoria divulgada na sétima atualização do Plano USP, que prevê o retorno compulsório às atividades presenciais para a maioria dos servidores universitários. A categoria defende que não haja retorno presencial das atividades não essenciais e que seja garantido condições dignas de trabalho nesse período.
No sétimo documento do Plano USP se aponta que “permanece inalterada a premissa basilar de preservar a saúde e a vida da comunidade universitária” (p. 5) e se pauta um retorno cauteloso seguindo o conceito de bolha sanitária. Contudo, essas afirmações são contrastadas com a falta de consideração das particularidades sociais de seus funcionários - que podem morar com pessoas do grupo de risco, ter a necessidade de se locomover de transporte público, por exemplo -, bem como ao incluir no retorno presencial servidores com 60 ou mais anos.
Ademais, durante este período de isolamento social, houveram adaptações nos serviços, adequações tecnológicas e humanas para permitir que a USP prosseguisse seu funcionamento da melhor forma possível e sem interrupção, dando continuidade remotamente às atividades de graduação, pós-graduação, cultura e extensão. Ainda, cabe ressaltar que o próximo semestre dará prosseguimento com o ensino remoto emergencial (ERE), de modo que docentes e discentes não tem previsão para retorno presencial. Assim, o documento falta em explicitar quais as motivações de exigir retorno apenas da categoria dos funcionários.
Outro ponto é o receio de que não sejam oferecidos materiais de prevenção recomendados pelos órgãos de saúde, como o álcool em gel e álcool 70% para limpeza das baias de trabalho, visto que em outras situações já era cotidiano a falta de sabonete nos banheiros, por exemplo. Ou, como fora denunciado pelos trabalhadores do HU, a falta de equipamentos de proteção individual, que são imprescindíveis nos casos essenciais de trabalho presencial.
Entretanto, a Reitoria segue fechada ao diálogo com a categoria e constrói seu Plano USP sem a representação de funcionários ou do corpo discente.
Informações sobre a greve sanitária do Sintusp:
Postagem informativa de greve (06/11): www.facebook.com/sindicatodostrabalhadoresdausp/posts/3358403980942912
Boletim do Sintusp (09/11): www.sintusp.org.br/2013/files/boletins/2020/92/Boletim_92_20.pdf
[áudio] Boletim do Sintusp (09/11) - esclarecendo dúvidas sobre a greve: soundcloud.com/user-141795853/boletim-6-esclarecendo-as-duvidas-sobre-a-greve-sanitaria-na-usp
Plano USP (sétima atualização): drive.google.com/file/d/1zGQZ2uOHEbBIhpMFDEMh6z8RZ-mBhf00/view?usp=sharing